Exclusivo: Esh Capital leva briga com Gafisa para arbitragem e acusa administradores

Por Fernanda Guimarães, Valor — São Paulo

No pedido de arbitragem, a gestora estima o imbróglio societário em R$ 500 milhões — na B3 a incorporadora tem um valor de mercado de cerca de R$ 680 milhões

A disputa envolvendo a construtora Gafisa acaba de chegar à Câmara de Arbitragem do
Mercado (CAM), conforme previsto em seu estatuto. Acionista com cerca de 15% do capital da incorporadora, a Esh Capital seguiu com os planos e fez pedido de arbitragem
contra a companhia, seus administradores e seu acionista de referência, o empresário Nelson Tanure, que detém uma fatia de aproximadamente 25% na empresa.

A arbitragem, que corre em sigilo, tem o objetivo de suspender operações da empresa que seriam irregulares, tornar nulo atos jurídicos e, por fim, responsabilizar o controlador e administradores da Gafisa por atos que causaram prejuízos à companhia, segundo o documento protocolado na ação judicial e que o Valor teve acesso. O pedido ocorre
poucos dias depois de uma assembleia da companhia rejeitar as propostas trazidas pela Esh, tal como a responsabilização dos seus administradores por supostos prejuízos à
companhia. No pedido de arbitragem, a gestora estima o imbróglio societário em R$ 500 milhões — na B3 a incorporadora tem um valor de mercado de cerca de R$ 680 milhões.

No pedido de arbitragem, uma das operações apontadas como irregular teria sido uma compra de terrenos com uma empresa chamada Wotan, sendo que para o pagamento dos ativos a empresa emitiu títulos de dívida (debêntures), no valor de R$ 245 milhões. A Esh alega que houve falta de transparência na aprovação do negócio.

“A operação contém inúmeros e insuperáveis vícios formais: as condições
precedentes/suspensivas não se realizaram, os atos societários de aprovação não ocorreram e houve uma escancarada fraude cometida pela Gafisa e seus administradores, em conluio com a Wotan, todos controlados por Nelson Tanure”, segundo o documento. A gestora acusa ainda Tanure de ser o dono de fato da Wotan.

“Os atos societários que supostamente aprovaram a operação foram praticados sem que fosse divulgado que a Wotan é controlada por Nelson Tanure e utilizada por ele para blindagem patrimonial e para a realização de operações irregulares e que responde por passivo do grupo econômico do próprio Tanure, que pode alcançar cifras bilionárias”, diz o documento. O caso já foi levado à Justiça pela gestora, mas o estatuto da companhia estabelece que desavenças societárias como essa devem ser revolvidas em arbitragem.

Outro tema que chega à câmara arbitral se refere aos aumentos de capital da empresa – assunto que também já foi levado ao judiciário. ”Desde que Nelson Tanure assumiu o controle da Companhia, em 2019, foram realizados sucessivos aumentos de capital em condições que promoveram a diluição injustificada dos acionista”, explica o documento.

A gestora afirma que as operações de aumento de capital não teriam sido “devidamente justificadas” e que o uso do dinheiro fruto das operações foi diferente do apresentado inicialmente. “Os aumentos de capital contêm inúmeros vícios, não foram realizados no melhor interesse da companhia e dos seus acionistas e visaram atender aos interesses particulares do controlador e de suas partes relacionadas”.

A Esh trouxe também uma transação bastante recente, que foi a venda de sua participação no Fasano Itaim para o fundo Albali. “A operação não foi devidamente justificada e não foi realizada no melhor interesse da companhia. Trata-se de mais uma operação ilegal e realizada em benefício do administrador e controlador Nelson Tanure”, ainda de acordo com o documento. A gestora afirma que o comprador do ativo, o Albali, cujo nome foi omitido do primeiro comunicado ao mercado, seria um veículo de investimento relacionado a Nelson Tanure. “Apesar de exigido pela regulamentação da CVM, não foi divulgado que se tratava de operação com parte relacionada”, aponta.

Por fim, a Esh pede responsabilização de administradores e de Nelson Tanure. “Os administradores da Companhia são responsáveis pelos prejuízos decorrentes da aprovação e condução das operações ilegais em manifesto conflito de interesses e em prejuízo da companhia e dos seus acionistas. Os administradores violaram os deveres fiduciários a que estavam sujeitos e devem ser responsabilizados pelos prejuízos causados”, conforme o documento.

Procurada, a Gafisa informou “que não foi notificada no mencionado procedimento arbitral e que, se for o caso, apresentará as suas razões oportunamente”. Nelson Tanure não comentou. A Esh, que é representada por Monteiro de Castro, Setoguti e Carpena Advogados, preferiu não se manifestar.

Gerido por Vladimir Timerman, a Esh Capital questiona a compra de terrenos com uma empresa chamada Wotan, a venda do Fasano Itaim e os aumentos de capital — Foto: Silvia Zamboni/Valor

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COMUNICADO

Alteração de nomenclatura
do ESH Theta FIM

ESH Capital - Fundos de Investimentos | Brasil

Caros cotistas,

Conforme comunicado enviado pela Intrag e e-mail enviado por nós da Esh Capital, o fundo Esh Theta FIM passou por um processo de masterização com finalidade de facilitar a gestão operacional dos ativos do fundo, e na prática, nada muda para quem já é cotista do fundo.

Porém, vale ressaltar que devido a Masterização, o fundo Esh Theta FIM teve sua nomenclatura alterada para Esh Theta 18 FIC FIM.

Em caso de dúvida, favor nos contatar no (11) 3181-3333 ou através do e-mail [email protected].

Atenciosamente,

Esh Capital Investimentos.

COMUNICADO

MASTERIZAÇÃO DO ESH THETA FIM

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Caros cotistas,

Conforme comunicado enviado pela Intrag por e-mail a respeito da Assembleia de Masterização do Esh Theta FIM a ser realizada em 07/03/23, gostaríamos de prestar alguns esclarecimentos.

O processo de Masterização tem por objetivo facilitar a gestão operacional dos ativos do fundo. Pelos benefícios efetivos, a masterização é uma prática bastante difundida na indústria e esse processo não acarretará em mudanças para os cotistas, tanto em relação a estratégia atual do fundo, quanto em alterações nas taxas de administração e performance, ou mesmo prazo de resgate do fundo, todos esses pontos serão mantidos da mesma forma.

Na prática, nada muda para quem já é cotista do fundo.

Em caso de dúvida, favor nos contatar no (11) 3181-3333 ou através do e-mail [email protected].

Pedido de Convocação de Assembleia Geral Extraordinária da Gafisa S.A para o dia 10/02/2023

Pedido de Convocação de Assembleia Geral Extraordinária da Gafisa S.A solicitado na forma do art. 123, Parágrafo único, “c”, da Lei Federal nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (“Lei das S.A.”), e da Resolução CVM nº. 70, de 22 de março de 2022 (“Resolução CVM 70/22”).
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