Veja quais foram os fundos que mais renderam em 2022

Por PagBank

O ano de 2022 foi bastante desafiador para os investidores ao redor do mundo. Uma possível recessão mundial, entre outros fatores, fez com que investidores repensassem suas carteiras e se tornassem mais cautelosos.

Logo em fevereiro, estourou a guerra entre Rússia e Ucrânia, o que trouxe não só questões econômicas como embates geopolíticos.

A guerra impactou na alta do petróleo, fertilizantes e commodities como o trigo, além do gás cujo principal prejudicado vem sendo a Europa que dependia em largas escalas do gás russo.

O que afetou a economia no Brasil: Aqui no Brasil não foi diferente. O ano de 2022 iniciou com o dólar cotado nos maiores patamares, com foco na volta da pandemia da covid-19 com a ômicron e a alta da inflação de 12 meses.

No Brasil, a taxa Selic, que vinha numa crescente desde janeiro de 2021, subiu ainda mais em 2022, quando o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) chegou a bater em abril a casa de 12,13% no acumulado dos últimos 12 meses. A meta inicial para 2022 era de 3,5% com teto em 5%.

O aumento da taxa Selic ocorreu até agosto de 2022 quando chegou a 13,75%, nível mantido desde então.

Como ficou o dólar e a Bolsa com tudo isso? O clima econômico local deu sinais positivos em abril quando o dólar atingiu sua menor marca cotado ao redor de R$ 4,60 no fechamento do dia 4 e o Ibovespa atingiu a máxima do ano no dia primeiro do mesmo mês quando bateu os 121.570 pontos acumulando ganhos de 15,97% até a data.

Mas o entusiasmo parou por aí. Já em julho, o Ibovespa atingiu a mínima do ano batendo os 96.120,85 pontos, queda de 20,93% se contarmos desde a máxima.

A zona do euro também elevou seus juros a 2,50% em dezembro com intuito de frear a inflação dos últimos 12 meses que chegou ao patamar de 10,6% durante o ano.

Com isso, o dólar ganhou força e um fenômeno que não ocorria em 20 anos voltou a ocorrer: A moeda norte-americana chegou a ser cotada em US$ 0,9814 a cada euro no mês, o que levou o dólar então a valer mais que o euro.

Por fim ainda tivemos as incertezas políticas originadas a partir da corrida eleitoral do Brasil, trazendo olhares mais cautelosos entre os gestores durante o período. Mesmo após o término do segundo turno, houve dúvidas em relação a diversas áreas de atuação política do então eleito presidente, Lula, bem como se o mesmo, conseguiria emplacar as promessas de campanha tendo em vista a eleição de uma maioria no congresso nacional que tende a ir de encontro com suas ideias. O cenário apresentado gerou altíssima instabilidade nos ativos globais o que acabou por gerar grandes oportunidades principalmente nas classes de fundos multimercados que souberam navegar as dificuldades econômicas no Brasil e, principalmente, no exterior.

Já no mercado de ações brasileiro, mesmo em um ano dificil para a bolsa, alguns gestores conseguiram entregar resultados acima do índice Ibovespa, que acabou por fechar o ano com retorno positivo de 4,7%.

Melhores fundos multimercado

Confira a seguir os dez fundos multimercados com as maiores altas em 2022.

A Asa, gestora do fundo Asa Hedge, que obteve uma rentabilidade de 39,40% no ano de 2022, comenta:

O ASA Hedge encerrou 2022 com um ganho de 39,40%, o equivalente a 318% do CDI. A rentabilidade do fundo no ano foi construída, em sua maior parte, por meio de posições tomadas em juros nos Estados Unidos, e posteriormente a gestão do fundo migrou o racional de juros mais altos para posição vendida em bolsa.

“A assimetria parecia melhor neste cenário considerando preços e possíveis caminhos distintos para a economia, mas é importante ressaltar que tudo faz parte de um racional de juros estruturalmente mais altos, o que acaba tendo impacto (baixista) em todos os ativos do mundo”, afirma Filippe Santa Fé, gestor de juros do ASA Hedge.

O desempenho do ASA Hedge em 2022 também teve a contribuição, em menor proporção, de outros trades (comprado em commodities, por exemplo).

Para 2023, o time de gestão do ASA Hedge acredita que o mercado será dominado pelos mesmos temas de 2022: inflação se mostrando mais problemática do que o esperado e seu combate ‘exigindo’ ser priorizado em relação às preocupações de crescimento, que ficarão mais aparentes.

“Não há espaço para otimismo nos níveis de preços atuais em praticamente nenhum ativo fora, talvez, do universo das commodities, e em termos de retornos para os ativos, achamos que, neste sentido, 2023 não será um ano novo. Será mais do mesmo, um repeteco de 2022, ainda que em menor grau, recheado de retornos negativos nos preços dos ativos”, afirma Santa Fé.

Sobre o ESH Theta, fundo com rendimento de 37,2% no ano, Diego Leoncini, analista de ações da gestora comenta:

“Em 2022, o Brasil e todo o mundo sofreram com um cenário de recessão econômica, guerra entre Rússia e Ucrânia e política de restrições na China. Porém, mesmo com problemas macroeconômicos, o país elevou os juros antecipadamente e se adaptou mais facilmente a um cenário de inflação elevada, conseguindo se posicionar bem de forma geral.

Nos Estados Unidos, a inflação ao consumidor norte-americano (CPI) vem persistindo em altas sequenciais, e a expectativa de juros mais altos acaba por derrubar os principais índices de mercado. A guerra entre Rússia e Ucrânia é um dos principais fatores que agravaram a crise enfrentada mundialmente, com reflexos mais graves na Europa. O encarecimento do preço dos alimentos, do petróleo e da energia elétrica são
algumas das consequências do conflito.

Na China o estado vem adotando há algum tempo a política de “Covid Zero” que inclui lockdown em certos pontos do país, gerando protestos e desaceleração da atividade.”

Isaac Nunes, CFP®, responsável pela área de Relações com Investidores da gestora complementa sobre o fundo:

“Em 2022, o Esh Theta teve retorno de 37,20% pela atuação em casos de ativismo corporativo e operações de renda variável. Essa rentabilidade significativa, bem como as atuações ativistas, foram destaque em diversas exposições na mídia. 

Durante o ano, a valorização das ações de Alliar tiveram grande participação na rentabilidade do fundo, reflexo da expectativa positiva em relação à oferta pública de aquisições (OPA) de troca de controle. As ações de Terra Santa também tiveram contribuição positiva de mais de 28% para o resultado do Theta ao longo do ano.

Por fim, a tese de Gafisa teve protagonismo no final do ano. Os papéis da construtora subiram fortemente em dezembro puxados principalmente pela perspectiva de melhorias na companhia após maior visibilidade dos eventos societários. Essa foi uma das principais  alavancas para o desempenho positivo do fundo no ano.

Estamos bastante convictos de que 2023 será um grande ano para atuação em casos de ativismo corporativo e atuação no mercado de capitais brasileiro.”

Melhores fundos de ações

Confira a seguir os dez fundos multimercados com as maiores altas em 2022.

Para o fundo Forpus Ações, o gestor compartilha o seguinte comentário sobre o desempenho no último ano:

“O ano de 2022 começou com a principal preocupação sendo a inflação global e a necessidade de aumento de juros nas economias desenvolvidas. O início da invasão da Ucrânia por parte da Rússia mudou temporariamente a dinâmica do mercado, que passou a acreditar que as altas de juros passariam a ser mais lentas devido à guerra.

No Brasil, houve muita volatilidade nos ativos de risco causada, principalmente, pelas eleições presidenciais.

Nossas posições vendidas nas empresas americanas de tecnologia e posições compradas em empresas brasileiras exportadoras de commodities foram as maiores contribuições positivas durante o primeiro semestre.

No segundo semestre, acreditávamos que a China acabaria com a política de Covid-zero e isso provocaria um aumento nos preços das commodities, o que fez com que mantivéssemos nossas posições compradas.

No entanto, a China ainda não reabriu sua economia e os preços das commodities sofreram bastante na segunda metade do ano. Por isso, as ações das exportadoras de commodities tiveram performance negativa.

O Forpus Ações FIC FIA fechou o ano de 2022 subindo 9.37% contra uma alta de 4,69% do Ibovespa. O fundo acumula uma alta de 377,35% desde seu início contra 127,22% do Ibovespa no mesmo período.

Iniciamos 2023 com posições mais defensivas, concentradas nos setores exportadores de commodities.

Consideramos que o próximo ponto de atenção será o envio do texto da Reforma Tributária para o Congresso. Assim como no caso da PEC ‘fura teto’, acreditamos que o mercado deverá se assustar com o conteúdo da proposta.

Aumento de impostos, confisco de patrimônio e uma eventual volta da CPMF podem gerar nova rodada de vendas no mercado acionário. O plano do novo governo parece estar bem claro: aumento de gastos e aumento de impostos de maneira agressiva.

No âmbito externo, achamos que o principal risco continua sendo uma desaceleração da economia global.

Além disso, acreditamos que os bancos centrais dos países desenvolvidos terão muita dificuldade em elevar os juros reais para patamares neutros sem provocar uma queda violenta nas bolsas de valores. Portanto, teremos que lidar com um mundo sem crescimento econômico e com inflação elevada por um período mais longo.”

Apex Capital, que também obteve retornos acima do Ibovespa no seu fundo Apex Ações 30, comenta:

“O fundo Apex Ações 30 foi destaque entre os melhores fundos do ano de 2022, com rentabilidade de 6,62% contra um Ibovespa de 4,69% no período. Sob gestão da Apex Capital, com Fabio Spinola como CIO, o fundo costuma carregar de 20-25 posições compradas em ações locais de alta convicção e com exposição líquida que varia usualmente entre 90% e 100%.

Aliado ao seu foco em renda variável, a gestora também leva em consideração fatores macroeconômicos no processo de investimento e alocações nas carteiras dos fundos.

A partir da análise das principais narrativas e ambiente de negócios que estão movimentando os mercados do Brasil, China, Europa e Estados Unidos a equipe de gestão busca selecionar as melhores oportunidades de investimento em empresas.

Em 2022, olhando para o cenário global, os principais pontos de atenção da gestão foram: a dinâmica de inflação e o aperto monetário nos Estados Unidos, a política de covid zero na China, que limitou o ritmo de recuperação da economia, a crise energética e desaceleração na Europa e questões geopolíticas como a guerra entre Rússia e Ucrânia.

No Brasil, um crescimento mais forte do que o esperado impulsionado por políticas fiscais expansionistas, o comportamento do BC e o desenrolar das eleições foram os principais fatores de análise.

Em relação ao portfólio, desde o segundo semestre de 2021 e ao longo de 2022, construímos uma carteira mais exposta a nomes domésticos do que cíclicos globais onde víamos que o Brasil, por estar bastante descontado e a frente no aperto monetário em relação aos outros mercados, deveria outperformar e essa alocação trouxe retornos positivos para nossos fundos.

Os setores que mais trouxeram retornos positivos foram os de serviços financeiros, bancos, minério, energia, consumo básico e indústria – com destaques para B3, Cielo, Itaú, Banco do Brasil, Vale, Hypera e WEG. E do lado negativo, posições nos setores alimentos e bebidas e construção civil impactaram a performance, como Minerva e MRV.

Nos últimos meses do ano, vimos uma melhora nos dados de inflação dos EUA, reabertura e recuperação da atividade na China e uma desaceleração sem grandes surpresas para baixo e mais resiliência do que o esperado na Europa.

Por outro lado, no ambiente doméstico houve uma deterioração com um novo governo eleito de postura mais ideológica e intervencionista, o que intensificou as incertezas em relação à responsabilidade fiscal, diminuiu as chances de cortes de juros para o ano e impactou de forma negativa os ativos brasileiros.

Com essas mudanças de cenário, a partir de novembro diminuímos nossa exposição em risco Brasil e aumentamos nossas posições em setores mais globais, principalmente Vale, que se beneficia com a reabertura de China.

Dos ativos locais, optamos por zerar ou ficar under em alguns setores que são mais impactados pelo ambiente macroeconômico como, por exemplo, construção civil.

Com um ambiente local de muitas incertezas e riscos políticos e geopolíticos, que normalmente incorporam mais dificuldade de ponderação nos modelos econômicos, para 2023 buscamos empresas que entregarão um crescimento de lucro atrativo nos próximos anos como consequência de uma sólida execução operacional, exposição a mercados em expansão e diferenciais competitivos que resultem em ganhos de market share.

Assim, temos privilegiado ações em que este crescimento de lucro, somado ao dividendo pago, fique acima do custo de oportunidade do investidor (o juro real da NTN-B de longo prazo), ou seja, enxergamos oportunidades nas empresas que temos na carteira, pois elas devem superar os retornos esperados na renda fixa.

Mais oportunidades podem surgir se ficar claro um arcabouço fiscal crível com a viabilidade de corte de juros. Se isso ocorrer, os papéis mais cíclicos devem ter uma recuperação de preço relevante dado que se encontram em níveis de valuation deprimidos, inclusive os que não possuem momento operacional e de lucro atualmente.”

Para a RPS, gestora do RPS Selection 30, o gestor comenta sobre o mês de dezembro:

“No mês de dezembro os mercados internacionais tiveram bastante volatilidade com uma miríade de notícias conflitantes para os mercados financeiros, principalmente as bolsas e commodities.

Porém dois eventos foram centrais: a última reunião do FOMC do FED e os diversos anúncios do governo chinês em direção a completa reabertura da economia. O FED elevou a taxa em 50 pontos base para 4,5% e colocou no papel a possibilidade de a taxa fazer pico em 5,25%, ficando estável em tal patamar ao longo de todo o ano de 2023.

Além disso projeta um desemprego subindo 1p.p no ano que vem, vindo principalmente de demissões.

Com isso o FED projeta mais juros, mais inflação e mais desemprego do que a reunião anterior. O lado positivo veio do outro lado do pacífico, com a China relaxando as regras de distanciamento social, mesmo com uma explosão de casos, dando a entender que a tão esperada reabertura da segunda economia do mundo deverá mesmo se confirmar no primeiro trimestre de 2023.

No Brasil, tivemos o desate de vários nós políticos que traziam ruídos e volatilidade aos mercados. O primeiro deles foi a aprovação da PEC do estouro, que traz gastos acima do teto apenas para 2023, um ano a menos do que o pretendido pelo novo governo, e trazendo menos pressão sobre a situação fiscal de médio prazo.
O segundo, a equipe econômica e ministerial foi montada, portanto, não há mais mistérios ou especulações em postos chaves.

Apesar das direções ainda não estarem claras, a ausência de ruídos vindos de Brasília ajudou os juros, câmbio e bolsa a terem uma segunda quinzena positiva, descomprimindo um pouco do risco acumulado ao longo de novembro.

O fundo apresentou uma alpha positivo de 172 bps no mês. Os grandes destaques positivos para este alpha foram nossa posição comprada no setor de construtoras de baixa renda (Direcional e Cury) e shoppings (Multiplan e Iguatemi) e nossa baixa exposição a Petrobras. De destaque negativo para alpha foi relevante nossa menor
exposição a Vale do que nosso benchmark (apesar de termos carregado 13% do fundo no papel), que apresentou uma performance acima do IBX.

Em nosso book alpha Brasil, estamos mantendo uma carteira com viés bastante defensivo. Os principais temas da carteira seguem sendo o setor de saneamento, setor elétrico, construtoras de baixa renda, varejo alimentar e bancos.

Temos grande preocupação em relação à vontade por parte do novo governo eleito em rediscutir/reverter alguns avanços que obtivemos nos últimos anos (Lei das estatais, Lei trabalhista etc.) e o desejo de aumentar gastos públicos e suas implicações sobre a dinâmica fiscal do país.

Entretanto, nos parece que houve uma correção exagerada nos principais ativos de risco locais (bolsa doméstica e juros), precificando um cenário muito mais desastroso do que deve se materializar (pelo menos no primeiro ano de governo). Diante disso fizemos algumas posições oportunísticas em alguns cases mais cíclicos, porém com alta qualidade de execução (Multiplan, Iguatemi, Grupo Soma, etc.).”

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