As fusões e aquisições no setor de saúde estão a todo vapor. Mas quem são os vencedores?

Só em 2021, foram 32 fusões ou aquisições anunciadas por companhias do setor, segundo levantamento feito pelo BTG Pactual

Por André Ítalo Rocha, Agência TradeMap

Não importa qual seja o tipo de empresa. Seja entre hospitais, laboratórios ou seguradoras, o setor de saúde tem se mostrado aquecido quando o assunto é fusão ou aquisição.

Só em 2021, foram 32 fusões ou aquisições anunciadas por companhias do setor, segundo levantamento feito pelo BTG Pactual.

A empresa com mais apetite no ano passado foi a Rede D’Or, que anunciou 10 aquisições, todas de hospitais, em operações que avaliaram as unidades adquiridas em um total de R$ 4,2 bilhões.

Neste ano, a Rede D’Or continua disposta a ampliar sua rede de hospitais. Em janeiro, por exemplo, anunciou a aquisição do Hospital Santa Marina, de Campo Grande (MS), avaliado em R$ 25 milhões.

A lista de companhias envolvidas em fusões e aquisições também envolve nomes como Mater Dei, Oncoclínicas, Dasa, Kora Saúde, Hapvida e NotreDame Intermédica — estas duas últimas como protagonistas de uma fusão anunciada em fevereiro do ano passado.

A própria Rede D’Or, no final do mês passado, também surpreendeu o mercado com um grande anúncio. Dessa vez, não envolvia a compra de mais um hospital, mas, sim, uma fusão, por meio de troca de ações, com a seguradora SulAmérica. O movimento marca uma entrada para valer do grupo no mercado de seguro de saúde, onde já estava, mas de maneira tímida.

Mas quem está se dando melhor?

Para analistas entrevistados pela Agência TradeMap, não se trata de analisar a quantidade de aquisições, mas, sim, o tamanho das operações e as estratégias, o que os leva a olhar para as duas grandes fusões – da Rede D’or com a Sulamérica e da Hapvida com a NotreDame – como os dois movimentos mais acertados do mercado.

Ambas as fusões têm características em comum. De um lado, há uma empresa com origem no segmento de hospitais e que atua em planos de saúde (Hapvida e Rede D’Or), enquanto, do outro, há uma grande nome do mercado de planos de saúde (SulAmérica e NotreDame).

Ao incorporar os negócios de SulAmérica e NotreDame, Hapvida e Rede D’Or estão reforçando uma estratégia que tem sido comum no setor: a verticalização, que basicamente consiste em ser uma empresa de saúde que oferece todos os serviços do setor (plano de saúde, laboratórios de diagnósticos, clínicas e hospitais), de modo a participar de toda a jornada do cliente, obtendo custos menores e maiores margens de lucro.

Para o analista João Julio Matos, da gestora Helius Capital, Hapvida e Rede D’Or também vão se beneficiar da complementaridade regional proporcionada pelas fusões.

O plano de saúde da Hapvida, por exemplo, é mais forte nas regiões Norte e Nordeste. Com a chegada da NotreDame, mais atuante no Sudeste, a nova companhia estará mais espalhada pelo país.

Ao ser mais “nacional”, a empresa pode resolver o problema de clientes corporativos que atuam em todo o País e precisam contratar diferentes planos de saúde para oferecer cobertura aos funcionários de diferentes estados.

“Um banco, por exemplo, que tem agências em todo o país, dificilmente vai ter só o plano da Hapvida, mais concentrado no Norte e no Nordeste. Ao ter uma presença mais nacional, com a chegada da NotreDame, a situação fica comercialmente melhor para a Hapvida”, afirma o analista, à Agência TradeMap.

Além dos nomes já citados, a Rede Mater Dei, que abriu capital em 2021, é outra companhia do setor que se destaca no movimento de fusões e aquisições.

Desde o IPO, realizado em abril, já são cinco transações anunciadas. A maior delas envolveu a compra de 70% do Grupo Porto Dias, do Pará, por R$ 800 milhões.

A estratégia da empresa, nascida em Minas Gerais, é se espalhar pelo país. Boa parte das operações tem sido financiada pelo IPO, que captou R$ 1,4 bilhão.

Mas por que o setor de saúde tem se mostrado tão fértil para movimentos de fusão e aquisição?

Segundo o analista Sergio Goldman, chefe da área de análise da gestora Esh Capital, o principal motivo é a alta fragmentação do setor, que não tem um grande nome que domine o mercado.

Além disso, o déficit de saúde no Brasil é “gigantesco”. “Só 25% dos brasileiros têm plano de saúde, o que mostra que a expansão do setor de saúde é uma necessidade”, afirma.

Até por isso, ele diz, o movimento de fusões e aquisições no setor de saúde está apenas começando. “O setor continua extremamente desconcentrado, tanto em hospitais quanto em laboratórios, talvez um pouco menos em planos de saúde”, afirma.

Oportunidades

Na visão de Matos, a maioria das oportunidades se encontra em cidades do interior, especialmente para aquisições de hospitais. “As capitais estão cada vez mais com a presença de grandes players do mercado, enquanto o interior, ainda não”, afirma.

Não por acaso, vários dos hospitais adquiridos em 2021 e no início de 2022 ficam em cidades do interior do Brasil. No início de fevereiro, por exemplo, a Mater Dei anunciou a compra de 95% do EMEC Empreendimentos Médico Cirúrgicos, em Feira de Santana, na Bahia, por R$ 205,9 milhões.

Em julho do ano passado, a Hapvida anunciou a aquisição do grupo HB Saúde, focado em regiões do interior paulista, como São José do Rio Preto e Mirassol, por R$ 450 milhões.

Embora os analistas ainda vejam muito espaço para mais fusões e aquisições, o dinheiro disponível está cada vez menor.

Parte dos anúncios que estão feitos decorre das captações que foram feitas por algumas das empresas nos últimos dois anos, em aberturas de capital ou em ofertas secundárias.

A Rede D’Or, por exemplo, fez, no fim de 2020, o maior IPO de uma empresa brasileira desde 2013, ao levantar R$ 11,4 bilhões. Com isso, ficou com o caixa cheio para fazer aquisições.

Outro grande IPO foi realizado em maio do ano passado, pela Dasa, que captou R$ 3,3 bilhões. A companhia, especializada em diagnósticos, também atua em hospitais, tendo feito duas aquisições logo após a abertura de capital.

Em junho, comprou o Hospital da Bahia, avaliado em R$ 950 milhões, e, em julho, adquiriu o Hospital Paraná, por R$ 208 milhões.

Apesar disso, a Dasa ainda não fez um grande movimento, do nível das fusões anunciadas por Hapvida, NotreDame, Rede D’Or e SulAmérica.

“A Dasa é o grande player que ainda não entrou [em seguradoras de saúde]”, afirma Goldman, que acrescentou que a Amil seria um possível alvo da companhia.

No entanto, com o dinheiro das captações se esgotando, os analistas veem que as empresas mais posicionadas para seguir fazendo aquisições são aquelas que estão com preços mais altos no mercado, porque, em uma negociação, podem oferecer ações valiosas em troca.

É o caso, diz Matos, de Rede D’Or e Hapvida.

Segundo dados disponíveis na plataforma do TradeMap, a Rede D’Or é negociada a um múltiplo de 25 vezes o valor de mercado da empresa sobre o Ebitda, enquanto a Hapvida é negociada a 53,88 vezes.

Uma troca de ações, aliás, foi o que a Rede D’Or fez na operação com a SulAmérica. O acordo considera uma proporção de 0,2561 nova ação ordinária da Rede D’Or para cada ação ordinária ou preferencial da SulAmérica. Os valores de referência serão os do fechamento do dia 18 de fevereiro, com um prêmio de 49,3% sobre as units da operadora de seguros.

Embora as empresas estejam em boas condições para fazer novas transações, provavelmente encontrarão uma postura mais dura no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão responsável por evitar altas concentrações de mercado, que possam gerar concorrências desleais.

No caso da fusão entre Hapvida e NotreDame, o Cade levou quase um ano para aprovar o negócio, depois de ter considerado a operação “complexa”. Uma nova transação, portanto, pode encontrar mais barreiras.

A Esh Capital não comercializa nem distribui cotas de fundos de investimentos ou qualquer outro ativo financeiro. Os conteúdos aqui divulgados, são de caráter meramente informativo em relação a Esh Capital e seus produtos e não devem ser entendidos como oferta, recomendação ou análise de investimento ou ativos. Os investidores devem tomar suas próprias decisões de investimento. O investimento em fundos pode resultar em perdas patrimoniais para seus cotistas, podendo inclusive acarretar perdas superiores ao capital aplicado e a consequente obrigação do cotista de aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo. Para mais informações acerca das taxas de administração, cotização e público-alvo de cada um dos fundos, consulte os documentos do fundo disponíveis no site https://www.eshcapital.com.br/ . Leia atentamente o prospecto e o regulamento antes de efetuar qualquer decisão de investimento. Os investimentos em fundos não são garantidos pelo administrador do fundo, gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro ou, ainda, pelo Fundo Garantidor de Crédito – FGC. A rentabilidade obtida no passado não é garantia de rentabilidade futura. As rentabilidades divulgadas não são líquidas de impostos. Não há garantias de que fundos multimercados tenham o tratamento tributário para fundos de longo prazo.

Desenvolvido por
Studio Cubo

Participe da nossa lista

de transmissão de notícias

ESH Capital - Fundos de Investimentos | Brasil

COMUNICADO

Alteração de nomenclatura
do ESH Theta FIM

ESH Capital - Fundos de Investimentos | Brasil

Caros cotistas,

Conforme comunicado enviado pela Intrag e e-mail enviado por nós da Esh Capital, o fundo Esh Theta FIM passou por um processo de masterização com finalidade de facilitar a gestão operacional dos ativos do fundo, e na prática, nada muda para quem já é cotista do fundo.

Porém, vale ressaltar que devido a Masterização, o fundo Esh Theta FIM teve sua nomenclatura alterada para Esh Theta 18 FIC FIM.

Em caso de dúvida, favor nos contatar no (11) 3181-3333 ou através do e-mail [email protected].

Atenciosamente,

Esh Capital Investimentos.

POSICIONAMENTO

AUMENTO DE CAPITAL GAFISA

ESH Capital - Fundos de Investimentos | Brasil

Prezados,

A Esh Capital não concorda com a decisão da Gafisa de aprovar o aumento de capital no valor máximo de R$ 200 milhões, tomada no dia 15 de março de 2023.

Conforme exposto na carta mensal de fevereiro, o valor de mercado atual da Gafisa é de cerca de R$ 400 milhões e, nos últimos 3 anos foram, realizados nove aumentos de capital no montante de cerca de 1,5 bilhão de reais. O último aumento, anunciado em 15 de março de 2023, aos investidores, é o segundo em dois meses, o que nos leva a continuar questionando a utilização dos recursos pela companhia.

Vale destacar novamente que um dos motivos de termos questionado o aumento de capital anteriormente foi o fato de que a parcela relevante do caixa da Gafisa está aplicada diretamente em um fundo relacionado à construtora, que por sua vez aplicava em outro fundo que teve sua razão social alterada em janeiro de 2023.

Com isso, garantimos aos nossos investidores e a todos que confiam na filosofia da nossa estratégia de geração de valor que continuaremos atuando no caso de Gafisa até que a empresa passe a entregar ou retornar todo o valor que é de direito da companhia e de seus acionistas.

Estamos à disposição para mais esclarecimentos e sugerimos que acessem a carta mensal do nosso gestor para mais informações sobre o caso citado acima.

Atenciosamente,
Esh Capital.

Contato: 
(11) 3181-3333 ou através do e-mail
[email protected].

COMUNICADO

MASTERIZAÇÃO DO ESH THETA FIM

ESH Capital - Fundos de Investimentos | Brasil

Caros cotistas,

Conforme comunicado enviado pela Intrag por e-mail a respeito da Assembleia de Masterização do Esh Theta FIM a ser realizada em 07/03/23, gostaríamos de prestar alguns esclarecimentos.

O processo de Masterização tem por objetivo facilitar a gestão operacional dos ativos do fundo. Pelos benefícios efetivos, a masterização é uma prática bastante difundida na indústria e esse processo não acarretará em mudanças para os cotistas, tanto em relação a estratégia atual do fundo, quanto em alterações nas taxas de administração e performance, ou mesmo prazo de resgate do fundo, todos esses pontos serão mantidos da mesma forma.

Na prática, nada muda para quem já é cotista do fundo.

Em caso de dúvida, favor nos contatar no (11) 3181-3333 ou através do e-mail [email protected].

Pedido de Convocação de Assembleia Geral Extraordinária da Gafisa S.A para o dia 10/02/2023

Pedido de Convocação de Assembleia Geral Extraordinária da Gafisa S.A solicitado na forma do art. 123, Parágrafo único, “c”, da Lei Federal nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (“Lei das S.A.”), e da Resolução CVM nº. 70, de 22 de março de 2022 (“Resolução CVM 70/22”).
Close Bitnami banner
Bitnami